Uma das grandes riquezas gastronómicas do Algarve é a quantidade de produtos diferentes que existem tão perto uns dos outros. O mar e a montanha possibilitam este facto. Temos uma quantidade enorme de peixe, marisco e cetáceos de um lado e depois toda uma variedade de produtos da terra, onde podemos encontrar a batata-doce, o amendoim, o porco engordado com o refugo e neste caso o feijão patareco ou anão. Das mais de 60 variedades de feijão que existem pelo país esta é particular, pois aguenta bastante tempo de cozedura, podendo cozinhar ao mesmo tempo que as carnes, tornando tudo muito mais saboroso. O António Rosa procura a reabilitação destes produtos locais, que são cada vez menos utilizados, cultivando-os ele.

No Algarve, desde há muito que as populações descem da montanha para a costa, à procura de trabalho e de alimento. Isso possibilitou estes encontros mágicos de sabores. Neste prato, a lula pescada à mão – com ajuda da tóneira, um aparelho que permite pescar à linha com o auxílio de iscos coloridos (por isso, muitas vezes é chamado de palhaço) e anzóis – encontra a carne de porco preto, alimentado com batata-doce, muito utilizada naquela região do Sudoeste Algarvio. Temos assim um prato muito rico em sabores, cozinhado a lenha e de forma lenta.