Este mês, recebemos na Herdade do Esporão mais um grupo e, entre os convidados ligados ao vinho e à gastronomia, esteve George Mendes, chef e fundador do Aldea e Lupulo, dois dos mais reconhecidos restaurantes de comida portuguesa em Nova Iorque.
Depois de se formar, os seus primeiros passos no mundo da cozinha foram, curiosamente, em Paris e, por isso, a suas bases como chef estão muito ligadas à gastronomia francesa. Mais tarde, esteve em Espanha e, anos depois, começou a questionar o caminho a seguir.
«Estava na expectativa de perceber se as pessoas iriam perceber o conceito. Foi um abrir caminho para apresentar aos americanos o que é a gastronomia portuguesa, que muitos desconheciam. Nessa altura, estava ainda naquela fase de perceber o que gostava realmente de fazer e como me sentia. Acho que o trabalho de um cozinheiro é também o reflexo daquilo que ele está a sentir, de como está, de como se sente. Ia cozinhar receitas muito emocionais, que mexiam com memórias, era importante sentir-me bem para passar isso para as pessoas».
«Comecei um caminho que mais tarde, em 2015, me ajudou a abrir o meu segundo restaurante. Depois de introduzir a gastronomia portuguesa a Nova Iorque, senti-me confortável para ambicionar mais e no Lupulo comecei a preparar pratos como bacalhau à gomes de sá, caldo verde e frango no churrasco. Pratos autênticos e sem medos».
Cada vez que visita Portugal, regressa para os Estados Unidos com mais vontade de trabalhar neste caminho.
«A primeira vez que tive contacto com o Esporão foi no Aldea. O Pedro Lopes Vieira e o meu sommelier, na altura, conheceram-se e estiveram a provar os vinhos. Eu apaixonei-me por eles muito rapidamente e começámos a ter os vinhos no restaurante. Quando estava a fazer o meu primeiro livro My Portugal: Recipes and Stories, há cinco anos atrás, vim cá pela primeira vez. Quando se vai ao sítio onde as coisas são realmente feitas, à origem, e conheces as pessoas, vês as vinhas, vês a terra, é incrível. Foi muito marcante para mim».
Em cinco anos muito mudou por cá e, entre provas de azeite, vinho, passeio pela herdade, visitas às caves e adegas e um almoço no Restaurante Esporão, George não poderia estar mais feliz com o seu regresso.
«O dia foi muito relaxante. De todas as viagens que já fiz, este é um dos sítios mais bonitos do mundo. O Alentejo tem esta tranquilidade e esta beleza, os cheiros… e a terra em si, é tudo muito poderoso. Esta é apenas a minha segunda vez aqui e foi ainda mais marcante que a primeira. O almoço e os vinhos estavam fantásticos. Provámos o Esporão Reserva 2011 que adorei. Acho que este sítio vai ser sempre um lugar especial para mim».
E para nós que bom que é ouvir estas palavras. Demonstram a importância de estarmos cada vez mais próximos.