Quinta dos Murças: Uma história ainda no começo

Quinta dos Murças: Uma história ainda no começo

Os anos 90 foram de consolidação do projecto Esporão. As metas que fomos atingindo acabaram por ter grande importância para a região e para a história dos vinhos do Alentejo. Este crescimento e estabilidade levou-nos a procurar novos desafios e, em 2007, a vontade de fazer vinhos no Douro ganhou ainda mais força.

Entre muitas visitas ao Douro e passeios por aqueles vales e montanhas, encontrámos a Quinta dos Murças. De todos os lugares que visitámos, este foi o que melhor correspondeu ao que procurávamos – uma Quinta com boa localização, na margem direita do rio Douro, no início da sub-região do Cima-Corgo, zona mais fresca. A diversidade da quinta, ao nível da biodiversidade, das diferentes altitudes e exposições solares, e a sua história também foram fundamentais.

Hoje, quase passados 10 anos desde que para lá fomos, estamos mais perto de conseguir vinhos com o perfil que tínhamos idealizado, mais elegantes e autênticos. Durante este tempo, temos vindo a descobrir muito sobre a Quinta e, em simultâneo, a perceber que há ainda muito por descobrir.

A história do Esporão no Douro ainda é recente quando comparada a tudo o que já vivemos no Alentejo. Talvez por isso ainda seja uma ligação menos evidente para alguns. No entanto, aquilo que aprendemos no Alentejo, levámos connosco para o Douro e contribuiu em muito para chegar onde chegámos. O enólogo David Baverstock acompanhou este projecto desde o início, como responsável pela enologia também da Quinta dos Murças:

«Em 2014, voltámos a olhar para o projecto e percebemos que era muito difícil eu dar rosto ao projecto de Murças com o peso e trabalho que a própria Herdade do Esporão tinha para mim. Optámos por encontrar um outro enólogo. José Luís Moreira da Silva entrou em 2015, e tem sido fundamental para termos alguém 100% focado no projecto».

David Baverstock e José Luís Moreira da Silva
Quando chegámos à Quinta dos Murças, uma das nossas prioridades foi trabalhar na vinha, de forma a preservar os nossos terroirs. Parte da vinha foi reestruturada em 2011 e convertida para modo de produção biológico. Também procurámos melhorar a adega, introduzindo novas tecnologias e recuperando, ao mesmo tempo, meios de vinificação mais tradicionais, como os lagares de granito.

Conseguimos, nos últimos anos, identificar terroirs e castas e criar novos vinhos. Além do Quinta dos Murças Reserva e da gama Assobio, lançámos três novos vinhos. Começámos a valorizar cada parcela da Quinta e a perceber o seu potencial de forma individual. Foi deste trabalho que nasceram os Quinta dos Murças VV47, Margem e Minas.

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Ultimamente, temos estado focados na recuperação da Casa da Quinta. De cada vez que visitamos o Douro vivemos algo novo, e acreditamos que a possibilidade de termos um espaço onde as pessoas possam estar é fundamental para que conheçam a Quinta na sua plenitude.

Olhando para toda a história, sabemos que a Quinta dos Murças e o Douro ainda têm muito para nos dar e, nós, para fazer, evoluir e explorar.