Começando por falar da larga experiência do jovem chef do restaurante Esporão (de apenas 27 anos), Luciana parte para a origem dos ingredientes usados, que se guiam pelo Tempo da Terra:

“O que serve no prato, Pedro colhe pelos jardins da vinícola, bela propriedade na mais bela ainda Reguengos de Monsaraz, cidadezinha milenar a duas horas de carro de Lisboa. Ou adentra os rios e lagos que abundam por ali e sai com alguma peixe especial em punho. Do inseparável celular, o alarme dispara e quebra o silêncio por uma causa nobre: é hora de colher as amêndoas que estarão na composição do salmonete grelhado, com gelatina de ameijoas ao molho bulhão pato. É do ciclo da natureza que vem toda a inspiração da sua cozinha.

«No Alentejo, dividimos o ano em semanas. Não há meses, nem estações: posso amanhecer com favas e ervilhas frescas e, poucas horas depois, me deparar com espinafres selvagens e cogumelos incríveis» resume Pedro, casado com Teresa, também chef, mas que hoje cuida da administração do restaurante.

Por falar neles, os cogumelos, posso atestar a pujança dos girolles, colhidos logo cedo, dos mais saborosos que já comi. Vieram servidos com tronco de “salsifis”, um tubérculo de sabor entre cenoura e beterraba (e toque azedinho) que, infelizmente, não dá o ar da sua graça nos trópicos.”

O chef estará no Rio Gastronomia em Agosto mas, até lá, leia o artigo na íntegra e fique a conhecê-lo através das palavra de Luciana em https://goo.gl/VVukM1

 

© Fotografia de capa por Paulo Barata