Em 2017 começámos a cooperar com um grupo de investigação da Universidade de Évora, coordenado pelos biólogos António Mira e João Tiago Marques, que procedem à monitorização das caixas-abrigo utilizadas pelo morcego-de-Kuhl (Pipistrellus kuhlii) e recolha do guano (nome específico para os dejectos dos morcegos) para que, através de ferramentas de análise genómica, pudéssemos saber o que realmente comiam estes animais e com que frequência.

Os resultados referentes à traça-da-oliveira (Prays oleae), parte da sua dieta, mostram que existe uma preferência dos morcegos pela mesma, com mais de 70% das amostras de guano positivas para a presença deste insecto, na altura da sua maior abundância (Maio).

Este projecto incluiu também uma análise da biodiversidade de morcegos na Herdade, onde se detectaram 6 espécies, com destaque para o morcego-de-ferradura-mourisco (Rhinolophus mehelyi) – uma espécie ameaçada que parece beneficiar das condições ecológicas aqui existentes.

Depois deste pequeno sucesso, estamos a instalar novas caixas abrigo, melhor adaptadas a espécies de morcegos florestais, também eles grandes devoradores de traças.

Estes pequenos mamíferos são fortes aliados no nosso percurso pela agricultura biológica, ajudando-nos a conseguir frutos mais sãos sem recurso a qualquer tipo de químico sintetizado.