Com folhas em branco também se criam melodias

Com folhas em branco também se criam melodias

Cláudia Guerreiro esteve connosco durante o Dia Grande e ilustrou todos os momentos num diário gráfico. Conversámos com a artista para descobrir mais sobre o seu percurso e saber como viveu esta experiência.

Conhecíamos a Cláudia Guerreiro dos Linda Martini. Aqui e ali, há algum tempo que acompanhamos o seu trabalho no mundo da música. Não sabíamos nós que a mesma Cláudia que sobe a palco de Baixo colado ao corpo, também usa páginas em branco para exprimir outra arte.
Sempre desenhou? Onde e quando entra o desenho na sua vida?
Desenho desde que me lembro. Creio que os primeiros riscos que fiz são de quando tinha 2 ou 3 anos. Os meus tios eram escultores e isso motivou ainda mais a minha tendência para o desenho. Todo o meu percurso de vida foi feito nesse sentido, frequentei cursos de desenho, formei-me em escultura e fiz um mestrado em ilustração científica. Infelizmente esta é uma área em que é difícil vingar, e nem sempre é fácil encontrar trabalho. Por isso pode-se dizer que não foi distração vossa, apenas não estou na boca do mundo. 🙂
Poderia ter estado no Dia Grande para tocar umas canções mas veio desenhar. O que pensou quando surgiu o convite? O que levou a aceitar?
Pensei: “Que bom! Trabalho!”

Só recuso trabalho se não tiver disponibilidade para o fazer ou se a proposta não for justa, tanto na música como nas artes plásticas. Se com esse trabalho vier o bónus de ser um trabalho interessante, tanto melhor!

O Dia Grande vive muito da paisagem, do campo, das pessoas da terra, da gastronomia, da arte e, claro, do vinho. São coisas que a inspiram? Já tinha algum tipo de relação com este ambiente?
Não são apenas coisas que me inspiram, mas AS que mais me inspiram. Sou grande fã de diários gráficos e cadernos de campo, e as temáticas são precisamente essas. Os elementos naturais são, geralmente, a minha escolha imediata e a gastronomia é, sem dúvida, a minha grande paixão. O problema está sempre na escolha “comer ou desenhar”… É algo que faço recorrentemente, e espero um dia poder vir a ilustrar pratos de grandes Chefs (claro que vou precisar sempre de dois pratos! Um para comer antes de esfriar, outro para desenhar).
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Senhor Velhinho a dar forma ao barro
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Workshop de Práticas Agrícolas
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Prova de vinhos no edifício do Enoturismo
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Banca do Mercado Local
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Piquenique na Herdade
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Pormenor da refeição
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Momento de descontracção depois do pirquenique
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Construtores de Instrumentos
Esteve presente em quase todas as actividades do Dia Grande. Alguma que tenha gostado mais ou que a tenha feito sentir mais inspirada? O que destaca?
Tudo o que teve que ver com comida foi o que mais gostei de desenhar e que considero ter resultado melhor. O lanche com os Chefs e a prova especial da garrafeira do Esporão foi, sem dúvida, o que mais gostei de desenhar. Só tive pena de não provar os vinhos e o presunto!
Vimos os desenhos ganhar forma com diferentes materiais. Que material costuma usar?
Costumo usar uma caneta preta da sakura de espessura 0,05, uma caneta/pincel preta da Pentel, aguarela, lápis de cor e canetas de feltro Copic ou Letraset.
Desenhar pode ser bastante solitário. Precisa desse espaço para criar? Enquanto está a desenhar, está a comunicar de outra maneira. Conseguiu sentir-se parte desta celebração?
Sim, desenhar pode mesmo ser solitário, e funciona muito melhor quando assim é, principalmente quando se regista em diário gráfico. Qualquer distracção faz com que se possa perder um momento chave para o desenho. No entanto, numa situação como o Dia Grande, é difícil estar apenas focada no desenho. Com tanta gente à volta, uma pessoa que esteja a fazer uma actividade diferente é alvo de atenção e, inevitavelmente, as perguntas começam a surgir.

Por um lado senti-me artista convidada, por outro senti-me parte do Staff, e sem ser nem um nem outro, acabei por fazer parte do Dia Grande como todos os que lá estiveram.

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Conversas sobre cozinha, na Adega dos Lagares
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Aula de Bombo
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Três Chefs e Tiago Pereira (realizador)
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Os três ``pitéus`` de porco
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Concerto dos Lisboa String Trio
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Público no concerto
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Um tinto, um branco e um rosé ao jantar, na Torre
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O Cante Alentejano à mesa do jantar
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Concerto do B Fachada
Depois de ter vivido este Dia Grande connosco, como descreve a experiência?
Falei do Dia Grande a toda a gente. Acho que isso diz tudo…
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Brunch no enoturismo
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Guardadores de sonhos. Improviso entre Tiago Pereira e João Paulo Santos, no jardim
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Descanso no jardim, vendo os “Guardadores de sonhos”
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Banca de vinho no jardim
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Concerto de Grutera
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O presunto mais cobiçado da Prova especial da garrafeira do Esporão
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A Prova especial da garrafeira do Esporão