As nossas galinhas passeiam-se diariamente pelo campo com uma missão – ajudar a controlar as pragas na vinha. Além de elegantes e atentas, são animais com “bom bico”, alimentando-se de insectos indesejáveis para o crescimento das videiras.

As nossas ovelhas desempenham um papel fundamental no controlo da vegetação espontânea na vinha, durante o repouso vegetativo, e nas parcelas contíguas à vinha, de forma a prevenir os incêndios florestais. Os seus passeios matinais são preciosos para a manutenção dos nossos solos e das nossas culturas.

Na Herdade do Esporão vivem cinco espécies de morcegos que se alimentam de traças responsáveis por causar estragos na vinha. Com o objectivo de manter os pequenos mamíferos por perto, construímos caixas abrigo ao longo da vinha. Em troca, os morcegos ajudam-nos a combater as pragas de forma natural e sustentada.

Os insectos auxiliares são um recurso natural e renovável que impede a proliferação de pragas prejudiciais para as nossas culturas. Uma preciosa ajuda para afastar doenças das nossas vinhas, pois cada auxiliar tem a sua função no ecossistema e o resultado final resulta da actuação e interacção de todos os organismos.

As joaninhas são os auxiliares mais conhecidos dos agricultores e um dos que avistamos mais na Herdade do Esporão, não só pelo seu aspecto simpático e colorido como pela sua função. Por dia, cada uma consegue comer cerca de cem insectos.

A sementeira dos cobertos vegetais das entrelinhas (enrelvamento) das nossas vinhas é uma das actividades mais importantes na nossa agricultura. Esta técnica tem como principais objectivos o aumento da fertilidade dos solos, a diminuição da erosão, a fixação de auxiliares e o aumento da biodiversidade.

O enrelvamento das entrelinhas consiste em instalar (semear), deixar desenvolver temporária ou permanentemente, na totalidade ou em parte da superfície da vinha, um coberto vegetal. O enrelvamento de uma vinha pode ser permanente ou temporário, semeado com uma única ou várias espécies vegetais, ou natural, aproveitando a flora existente no local.

Aqui na Herdade do Esporão, depois de cada vindima, avaliamos quais as sementes a utilizar. Na Primavera as nossas vinhas enchem-se de cor proveniente dos trevos, da faveca e da vegetação espontânea.

No solo da Herdade do Esporão podemos encontrar um dos principais responsáveis pelos processos de movimentação de terra e ciclagem de nutrientes – as minhocas. Estes organismos constroem galerias através da sua movimentação, ingestão de solo e resíduos orgânicos. Esta actividade potencia o arejamento e a taxa de infiltração de água no solo. Os excrementos das minhocas modificam a estrutura e fertilidade dos solos o que é fundamental no aumento da sua sustentabilidade.

Algumas minhocas podem ser bioindicadores ambientais, sendo uma importante ferramenta para avaliação de impactos em ecossistemas.

Todos os subprodutos orgânicos gerados pelas nossas actividades (engaços, massas vínicas, folhas de oliveira, bagaço de azeitona e resíduos de poda) são aproveitados para construir uma pilha de compostagem.

No final, esta origina um composto, produzido de forma natural, rico em nutrientes essenciais para as nossas culturas, que nos ajuda a manter a fertilidade do solo, ao mesmo tempo que reciclamos todos os excedentes da exploração.

A criação de um composto permite-nos eliminar sementes e outros órgãos de propagação de ervas infestantes e organismos patogénicos, e aumenta a rapidez de transformação dos materiais em nutrientes para a planta. Ao nível do solo, melhora a drenagem e o arejamento, estimula a actividade biológica, aumenta a reserva de água e nutrientes e torna-o mais fácil de trabalhar.